E os 5 anos da Tcharan. Cá em casa, o M. tem ficado maior com os livros publicados pela Adélia Carvalho e pela Marta Madureira. E eu tenho ficado mais pequena. Que é como quem diz: do tamanho certo.
Demora muito tempo a recuperação de um BIG BANG. Pelas melhores razões: porque se assiste a espectáculos nos quais se sabe que se vai ficar a pensar pela vida fora (julgo que nunca mais me vou libertar de "Anatomia do Piano", com os incríveis Paulo Maria Rodrigues e Pedro Ramos), porque se assiste ao trabalho exemplar da equipa exemplar da Fábrica das Artes do CCB, porque se assiste ao entusiasmo do público mais jovem... No meu caso, também por causa dos 10 Embaixadores da edição deste ano.
O M. também foi, claro.
Os Embaixadores fizeram um trabalho incrível. Aqui fica uma peça partilhada por todos, feita, no fundo, a 10 cabeças e 10 vozes, 20 mãos, 20 pernas e 20 braços, centenas e centenas de vontades, entusiasmos e imaginações.
Estive com um dos Embaixadores, o Simão, ontem à tarde. Foi maravilhoso vê-lo chegar, com a mãe e os irmãos, ao Salão Nobre do Teatro Nacional D. Maria II. Foi como se nunca o tivesse perdido de vista. E não perdi. O Simão é um menino precioso. E não quis faltar ao primeiro espectáculo do projecto Boca Aberta: Isto é mesmo um bicho? A Maria João Cruz e eu escolhemos e "colámos" textos de Davide Cali, Isabel Minhós Martins, Leo Lionni, Maurice Sendak, Ramón Gómez de la Serna e Shaun Tan. A encenadora Catarina Requeijo trabalhou-os com os actores Ana Tang, Sandra Pereira e Victor Yovani. O resultado passou por várias gargalhadas e sustos. O M., por exemplo, saltou melhor do que a rainha das rãs (que não podia molhar os pés) e rugiu tanto como o urso-professor-de-ginástica.