Tenho andado a deixar aqui pistas para se encontrar A Palavra Perdida. Gosto dos aplausos da Filipa Leal na Senhora Clap, gosto que o Luís Quintais se tenha lembrado de Wiitgenstein, gosto da referência no belo Fine Fine Books. Mas a minha pista preferida está escondida dentro de uma história do meu sobrinho António. Está aqui e, mesmo assim, vou transcrevê-la:
O António, um dos primos do Manuel (o do livro e o da vida real) e, por isso, sobrinho de uma das autoras deste livro (a que inventou as palavras), armou-se em detective:
— Tia, acho que te enganaste aqui numa página.
— Foi?! Onde?
— Aqui: o Manuel diz que só tem o nome dos primos, mas depois, nos desenhos, aparece o nome dele.
— Lê lá outra vez, António.
— Ah... Pois... Ele diz que tem também o nome dele... Pois é. Como sou primo, liguei aos nomes dos primos. E pensei que era uma partida e que o nome dele fosse a palavra perdida.
— Então, mas ele diz logo no início que se chama Manuel. Não foi o nome dele que perdeu.
— Mas podia ter perdido entretanto, depois dessa página. Ou não? Nunca perdemos o nosso nome?
Eu continuo à procura de resposta para esta pergunta.
— Tia, acho que te enganaste aqui numa página.
— Foi?! Onde?
— Aqui: o Manuel diz que só tem o nome dos primos, mas depois, nos desenhos, aparece o nome dele.
— Lê lá outra vez, António.
— Ah... Pois... Ele diz que tem também o nome dele... Pois é. Como sou primo, liguei aos nomes dos primos. E pensei que era uma partida e que o nome dele fosse a palavra perdida.
— Então, mas ele diz logo no início que se chama Manuel. Não foi o nome dele que perdeu.
— Mas podia ter perdido entretanto, depois dessa página. Ou não? Nunca perdemos o nosso nome?
Eu continuo à procura de resposta para esta pergunta.
O livro vai ser apresentado pelo Afonso Cruz no domingo, às 17h, na Galeria Monumental. As leituras serão da Filipa Leal.
Lembro só mais uma pista:
"A Palavra Perdida" é uma homenagem ao Manuel António Pina — meu amigo, amigo da Marta Madureira, amigo do João Paulo Cotrim. Provavelmente, este livro nunca teria sido escrito se eu não fosse leitora do Pina. E, provavelmente, as ilustrações da Marta seriam outras se também ela não fosse leitora do Pina e não tivesse já ilustrado o primeiro livro que o Pina publicou, O País das Pessoas de Pernas Para o Ar (1973). No domingo, 19, dia em que apresentamos em Lisboa "A Palavra Perdida", passam dois anos da morte do nosso amigo, do nosso poeta. Tenho a certeza de que quem conseguir encontrar por ali a palavra perdida vai certamente conseguir avistar por ali o Pina.
PIM!
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