sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Notícias de alguns bloqueios.

Estamos de partida para o Fundão. Vou levar o M. e o P. comigo para a primeira edição do Festival Literário da Gardunha. Mas deixo aqui dois caminhos para se chegar ao fim-de-semana perfeito:

1. Descobri ontem que o volume Toda a Mafalda vai ser reeditado: a Mafalda é que faz anos, 50, e ela é que nos dá um presente. A notícia está aqui e a capa é esta:


Vou comprar para o M.: eu tenho a minha edição, do meu tempo; ele terá a dele, do tempo dele. E comprarei também para o F. e o A., que andam a folhear o meu exemplar, já tão velhinho.

Às vezes, passo-lhes os volumes individuais. O M. está neste momento com a Mafalda 3 nas mãos.


T-shirt Zippy. Calças de algodão Zara (aqui). 
Pantufas Sho Shoos.


2. Descobri hoje informações sobre o único livro infanto-juvenil de William Faulkner, The Wishing Tree. O artigo, do — não me canso de repetir — irrepreensível Brain Pickings, está aqui. Que o (meu) Pai Natal o leia. E siga os links até aqui (até aqui parece-me demasiado longe...). 

Por agora, vou fazer-me à estrada. Com estas palavras nos bolsos. PIM!

Imagem retirada do Brain Pickings.

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Porto Sentido.

Há um poema da minha amiga Filipa Leal, uma das tias preferidas do M., que me leva a desejar ter passado a adolescência com ela no Porto. Foi (também) por isso que, depois de ler esse poema, "Porto Sentido", escrevi um outro em que surgem estes versos: "É difícil não termos sido amigas / na adolescência, mas eu nunca tive amigos / adolescentes, / mesmo os que diziam que eram / mentiam: tinham centenas de anos." 

PORTO SENTIDO

É difícil ter estado contente aos dezassete
ou aos vinte e sete.
É difícil ter bebido finos, ter comido tremoços
e, com cinquenta ou cem escudos, ter escolhido
a música na jukebox da Ribeira:
aquela canção do Rui Veloso no repeat,
os amigos cansados do meu lado obsessivo,
deste meu Lado A,
a senhora de avental sujo que dizia
“sai mais uma chouriça”, ou talvez nem o dissesse,
talvez não houvesse senhora de avental sujo,
talvez a memória tenha gente a mais.
Seja como for, é difícil que agora nenhum de nós lá esteja
a ouvir música e a assar chouriços.
Eu avisei.
Mas eles insistiram em mudar
de canção.

Filipa Leal
Porto, 22 de Abril, 2013
Inédito



Aos dezassete, julgo que, cumprindo as regras, os códigos que são impostos a quem conquista — a quem tem que conquistar — a impingida e suposta maturidade, eu não estava nem no Porto nem contente. Quem diria que aos trinta e cinco, muitos Portos depois (o das histórias da Avó, o dos casamentos dos primos, o dos passeios de fim-de-semana com a família, o do trabalho, o dos amigos conquistados depois de instalada, a muito custo, a maturidade), me aproximaria de tal modo da infância que estava no Porto e estava contente. Receio apenas esquecer — perder — um dia as palavras do Álvaro Magalhães e da Marta Madureira durante a apresentação d'A Palavra Perdida. FOI MUITO BONITA A FESTA, PIM!

. Na Livraria Papa-Livros, 20 de Setembro:















. Na Feira do Livro do Porto (autógrafos, exposições e Hora do Conto; 19, 20 e 21 de Setembro):






















. E as refeições no Café Convívio, ponto de encontro do Clube dos Amigos à Espera do Pina: