Temos acesso lento e arcaico à Internet. O que me recorda uma crónica do Nuno Costa Santos sobre o direito ao silêncio. Acrescentaria o direito de nos esquecermos. E o direito de nos dedicarmos a inutilidades. Coisas que só me aconteciam quando tinha mais ou menos o tamanho do M. e uma total indiferença ao tempo, à sua passagem. Ser mãe equivale a viver uma segunda infância, a tal segunda e mais perigosa inocência nietzschiana sobre a qual tanto falava o Manuel António Pina. Por causa do M., o iPad não teve ainda licença para sair da gaveta; o telefone fica desligado e esquecido no meio da relva; e eu tenho desculpa para tudo e todos - até para mim mesma.
Eis as coisas inúteis a que nos temos vindo a dedicar nos últimos dias. Algumas são pequenos milagres dos quais nos esqueceremos em breve.
Como estas cerejas, compradas no supermercado O Corvo, em Castro Marim, onde se encontra fruta portuguesa - maravilhosa.
Somos cinco, como as cerejas, e ontem comemos dois quilos delas. O M. já sabe dizer "cereja". Ficou viciado. De tal forma que hoje, na praia, se agarrou ao meu colar, anunciou "cerejas!" e trincou-o. Um caso sério, libertar-me...
Também já sabe dizer "areia" e "passadeira". Na verdade, repete tudo o que nós dizemos. E faz tudo o que fazemos. (O que nem sempre é recomendável.)
Escolher os calções de praia é outro dos novos passatempos do M.. Gosta dos que têm tubarões.
Calções GAP, comprados em Paris. |
Calções Knot. Almofada Caia. Toalha Bimba Y Lola. |
No entanto, nem todos os dias têm sido de Verão. Terça-feira, andámos de camisola. E visitámos o Faísca e o Mate em Tavira.
Camisola Ralph Lauren. |
Cá em casa, o Faísca chama-se "Iscas". Com elas e com eles. PIM!
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