sexta-feira, 20 de junho de 2014

Gelado, gelado, não vás por aí, por onde vais?

Há dias felizes. Alguns até começam de véspera. Ontem à noite, visitaram-nos uns amigos, o JP e a Is., tios predilectos do M., que não queria ir para a cama nem por nada. Até porque os amigos nos trouxeram estrelas. O M. pôs uma ao peito, quando percebeu que davam para colar, e, na sua dança pendular, cantou o "Brilha, brilha lá no céu a estrelinha...". Ou, em versão manelês, "Bila, bila áááá chéu xtreliná..." 




Para além da centena de estrelas, os nossos amigos trouxeram-nos outros presentes. Uns não são "para" crianças, como a Fotobiografia de Rafael Bordalo Pinheiro (lembrei-me, mal o vi, de que tenho que ir já, já ao Campo Grande, ao Museu Bordalo Pinheiro, comprar o Queres Bordalo?, o único livro do Manuel António Pina que não tenho nas estantes; uma falha...) e Tango, ambos do João Paulo Cotrim, esse tio e amigo Infinitas-Estrelas. 



E, como é costume entre nós, há também presentes "para" crianças. Ou seja: para o M.. E para mim. E para o P.. E para o JP. E para a Is.. Temos todos mais ou menos a mesma idade. A do M.. Seja ela qual for, o importante é que a mais recente UP Kids já habita a nossa casa. É uma "edição especial redondinha" de título "Ora Bolas!" e mote "Não há jogo a sério que não as tenha no lugar do coração". Os desenhos são do André Letria, que gosta de jogos, como se sabe; desenhou bolas e gente de cara redonda, fitando outras bolas e ainda mais bolas. O M. vai adorar, claro, este jogo da multiplicação do "esférico", para citar um termo que os comentadores desportivos equilibram com amor na ponta da língua. 



Esta mesma partida, a do milagre da multiplicação das bolas, estende-se à história que o João Paulo Cotrim conta a páginas tantas da UP Kids: "Cair em todas as direcções". Eis-nos diante de uma bola em discurso directo, uma sábia e caprichosa bola que conhece os seus próprios limites, os das coisas que não têm limite nenhum, os das coisas que não têm "princípio nem fim"; uma bola que assume que se pode "desfazer em círculo"; uma bola que sabe demasiado bem que há gente que, mal a avista - o M., por exemplo -, fica com "o pé a tremer". Não há como enganá-la. Mais vale jogá-la.



Precisámos de 12 horas de sono para gerir serenamente tantas estrelas e presentes. E não podíamos imaginar o que nos esperava logo de manhã. O bom do carteiro trouxe-nos as novidades do Pato LógicoVazio, da Catarina Sobral, e Capital, do Afonso Cruz. Agora, eram as mãos a tremer. Ainda por cima, temos que esperar pelo fim-de-semana para os folhear, para os ver, para os ler (sim, sim, sabemos que não têm palavras, mas mesmo assim conseguimos lê-los). Como vamos aguentar a espera? Não sei. O melhor é andar com o vazio e o capital dentro do saco do M.. Pode ser que haja por aí filas - de trânsito e de gente - e precisemos de imagens para lhes escapar.




A seguir ao carteiro, foi o Facebook que nos mostrou coisas incríveis. Como esta peça de teatro de animação criada pelo André da Loba a partir de uma história de Cristina Bellemo:



Cuidado com a perfeição, Tuttodunpezzo! Não caias nessa armadilha. 

Felizmente, Tuttodunpezzo caiu num buraco que o desarrumou. Hoje parece-me um bom dia para fazer o mesmo. Posso começar por descer as escadas, virar a esquina e comer um gelado na Artisani, destes. Antes do almoço. Contra todas as regras. A culpa é, na verdade, do Tuttodunpezzo, na fase da perfeição absoluta, na fase anterior a ter caído no abismo. Se repararem bem, aos 00'26'' do vídeo, tem um cone de uma bola na mão (até nisso dos gelados se controla...). Mas não só: a culpa é ainda deste TOP TEN da Babyccino Kids, onde figuram sugestões assim:


E talvez a culpa seja também do M.. Ou minha: fui eu que o mandei para a creche com a T-shirt que lhe ofereceu a Avó L. nas férias.

T-shirt Zara (aqui).
Assim mesmo, amarrotada. Tivemos o cuidado de cair no buraco antes de sairmos de casa. PIM!

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