segunda-feira, 19 de maio de 2014

Nas nuvens. Up, up.

Soube ontem, graças a um post partilhado no Facebook pela Catarina Sobral, o seguinte (e cito o post):

"A UP KIDS ganhou [no sábado] um ouro na categoria de Ilustração dos prémios do Clube Criativos de Portugal. Parabéns aos Silvadesigners (em especial à Elisabete) e ao João Paulo Cotrim por este prémio, e ainda ao André da Loba e ao Rui Belo pelo outro ouro com o Programa Descobrir para a Fundação Calouste Gulbenkian, e parabéns pelas duas pratas com o design editorial da Revista Blimunda da Fundação José Saramago e com a capa do livro Os Pensamentos do Dalai Lima, da abysmo."

Estou contente (e orgulhosa) pela minha editora, a Abysmo, e pelo meu editor que, mais do que isso, é um enorme amigo, o João Paulo Cotrim. Também pelo Jorge Silva, que tem uma belíssima equipa, a Silvadesigners, à qual pertence a Elisabete Gomes - responsável pelo design da revista UP Kids. 

Há poucas coisas de que goste mais do que de viajar. Há poucas coisas que odeie menos do que andar de avião. Só mesmo andar de avião numa companhia low cost. Porquê? Porque tenho pernas compridas e aqueles aviões levam-me a um ponto tal de desespero que, a bordo de um, já desejei tê-las mais curtas, o que, bem se sabe, vai contra tudo o que a indústria da moda me ensinou durante a adolescência. Porque já me obrigaram a atravessar, no meio de uma ventania, uma pista de aviões com o meu sobrinho F. ao colo, tinha ele dois anos. Porque desprezam a importância da bagagem de porão - fundamental, sobretudo no regresso, e imprescindível para quem, como eu, não aprecia ser apanhado desprevenido e, por isso, precisa de andar com boa parte da casa às costas. Porque não distribuem nem revistas nem jornais nem água nem sumos Compal nem brindes nem rebuçados nem refeições. E afirmo-o considerando os piores conteúdos de tabuleiros que já me puseram à frente, aquele amontoado geométrico de coisinhas com coisinhas dentro no qual não se vislumbra nem uma migalhinha capaz de ser digerida por um ser humano comum. Mesmo nesses casos, prefiro ter tabuleiro, prefiro ter refeição, prefiro abrir, espreitar, tentar trincar, perceber que não consigo trincar, quanto mais comer, maldizer o mundo e os aviões, lamentar, reclamar... É nesta fase que normalmente me trazem um sumo Compal. Eu bebo a água e bebo o sumo, peço mais um bocadinho, e fico ali sentada a suspirar e a fechar recipientes: "Quantas horas faltam? Estamos quase? Vá, tem calma, Inês, haverá lá coisa melhor do que abrir estes pacotinhos todos, destapar estas marmitas com cheiro a infantário dos anos 80? Aproveita agora, estamos quase.". Sucede que eu me pelo por tudo o que é oferta - mesmo as ofertas que fingem que o são. Brindes é comigo. Ponham um creme em miniatura à volta da testa do Passos Coelho e, num acesso de fraqueza, sou bem capaz de lhe dizer bom dia.


A primeira viagem de avião do M. foi para o Funchal, quando
fui convidada para participar no Festival Literário da Madeira.
Tinha ele pouco mais de 4 meses e ainda usava chupeta.

Camisola Zara. Chupeta bibi.

Significa tudo isto que é na TAP que eu viajo bem. Muito melhor ainda desde há um ano e meio. Porquê? Porque foi há um ano e meio que (re)nasceu a UP Kids. Antigamente, era capaz de fingir que eram meus os filhos do casal que viajavam ao meu lado só para me trazerem as ofertas para as crianças. Era capaz de dizer "ah, eles só foram ali à casa de banho, eu guardo-lhes isso enquanto não chegam". E lá me passavam para as mãos uns lápis de cor e uns papéis sem interesse. Ficava uns minutos satisfeita. Tal como uma criança. 


O saquinho que nos deram na viagem para a Madeira. Lá dentro
estavam os famosos lápis de cor e o primeiro número da UP Kids.

Outros meios de transporte: arca de Noé Playmobil;
escavadora de madeira Chicco; autocarro Benfica (continuamos a celebrar!).


Pois bem, miúdos e graúdos que viajam na TAP, fiquem a saber que agora vale mesmo a pena fazer este meu número, fiquem a saber que vale mesmo a pena pedir à hospedeira um exemplar da revista para crianças. A UP Kids, dirigida pela Paula Ribeiro, tem, como já disse, design da Elisabete Gomes; os textos são do João Paulo Cotrim (também responsável pelo projecto) e da Mariana Sim-Simhistórias (belas histórias, muito à boa e inventiva maneira "cotriniana", sempre capaz de apanhar, nas esquinas das palavras e nos jogos das imagens, os leitores mais distraídos), passatempos, curiosidades, autocolantes... A periodicidade é semestral, o que significa que, no dia 1 de Junho, sai um novo número. Caberá ao André Letria a missão de ilustrar esse lote de exemplares. Antes dele, assumiram a tarefa outros três dos meus nomes preferidos da ilustração portuguesa (e, vendo bem, da estrangeira - três, quatro com o André Letria, dos meus preferidos, ponto): 

o André da Loba, acompanhado por robôs (um deles é o Rob, o jardineiro de sinais);



Os robots também têm coração. Há que encontrar o caminho. 


João Fazenda, a dar as mãos (a Esquerda e a Direita, como conta a história) a meninas e meninos;

O número 2 da UP Kids ainda dentro do plástico,
com uma caixinha de lápis. Carrinho IKEA.



e a Catarina Sobral, entre animais bestiais (ainda não tenho este número, mas quinta-feira vamos para Paris, voo TAP, claro, e mal ponha o pé no avião trato do assunto):






Grandes e lindas viagens estas, não são? PIM!

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