sexta-feira, 16 de maio de 2014

Querer muito #4

Expectativas. Recordando um clássico destes nossos tempos para lá dos tempos, são como os prognósticos: só no fim do jogo. É que nesse país de pernas para o ar que é o da literatura não há certezas. Nem quando se sai a ganhar. Porque nunca se sabe realmente se se ganha, nem o que é ganhar. "É só inquietação." E dúvida. E espanto, para os mais afortunados.

Seja como for, cá em casa estamos expectantes. Queremos chegar ao fim do jogo. Que é como quem diz: ao fim da página. Vai ser um fim-de-semana de livros. Que queremos muito: ter connosco, ler, folhear, voltar a ler, pedir ao M. para não rasgar, que não é assim que tratamos os livros, já viste o que está aí?, é um menino, é um popó, é um bicho, é lindo, não é?, não é para estragar, vamos arrumar, queres ver de novo? 

Vamos lá, então. 

As notícias já começaram a chegar. E estamos contentes: desde que o vírus partiu à procura de alimento em novos corpos, em novas casas, 

voltámos a tomar o pequeno-almoço com os patos, no jardim, 



Chapéu Many Months na Organii Bebé. T-shirt Kids Case
na Loja Dada. Jeans Name It na Boozt. Sapatos Zara (aqui).


voltámos a jogar à bola e a andar de triciclo,

Bola Mini Brazuca Adidas. Triciclo Imaginarium.


voltámos a correr descalços na varanda, 

T-shirt Cenoura. Calças Phister & Philina na Boozt.


até voltámos a celebrar Abril, na galeria Abysmo.



T-shirt Gap comprada em Paris. Calças H&MSapatos Zara (aqui).


A exposição 40xAbril pode ser vista até 6 de Junho na galeria Abysmo e parte da antologia homónima, na qual está incluído um poema meu: "Remessa Livre". Há muitos outros, de poetas como a Filipa Leal, a Catarina Nunes de Almeida, o Vasco Gato, o Nuno Brito, o António Cabrita, a Joana Emídio Marques, o Paulo José Miranda, o Luís Quintais... E há também desenhos incríveis de gente incrível: o João Fazenda, o Alex Gozblau, o João Maio Pinto, o André Letria, o André da Loba, o António Jorge Gonçalves, a Mariana a miserável, o Manuel San Payo, o Nuno Saraiva, o Pedro Zamith... Enfim, são - somos - muitos. 


Fomos, em suma, para (um pouco mais)


Longe de Casa é o título da exposição que o Alex Gozblau mostra na galeria Abysmo até 6 de Junho. Reúne desenhos feitos para o mais recente número da Granta, cujo tema é a Casa. A esses juntam-se outros. Gostava de tê-los todos cá em casa. Os desenhos do Alex não são para ver uma só vez. Rejeitam o toca-e-foge do olhar. Obrigam a que a eles se regresse para permitir que o olhar se afeiçoe e aprenda as medidas certas do jogo da aproximação, do jogo do afastamento. São desenhos que, mesmo sem querer, nos educam a ver um desenho, precisamente por admitirem que nos zanguemos com eles. Só assim o olhar pode então regressar - mais sereno e sábio. Sobre eles, sobre ele, terei em breve que escrever aqui, com calma e dedicação. Até porque o Alex tem criado também "para" crianças


Dizia eu: fomos para (um pouco mais) longe de casa.
Ou não. A abysmo é também a minha casa; e esta é uma exposição que eu podia habitar. 

Mas este post começou com livros, com a expectativa de encontrar todos os livros com que marcámos encontro no fim-de-semana. 

Da Orfeu Negro recebi a notícia de que há novos volumes do imparável Oliver Jeffers e da delicadíssima Beatrice Alemagna. (Como recuperar do espantoso A Gigantesca Pequena Coisa, editado pela Bags of Books? Podem lê-lo aqui. Eu ainda vivo dentro desse livro. Acho que é coisa que vai durar para sempre.)



Outros encontros - espero que ninguém fique ciumento - estão marcados com duas duplas: a Rita Taborda Duarte e a Ana Ventura; o David Machado e a Mafalda Milhões. As razões chamam-se O rapaz que não se tinha quieto (ed. Caminho) e Acho que posso ajudar (ed. Objectiva). Onde e quando? Está tudo aqui:




Temos - obviamente - livros destes autores nas nossas estantes. E desenhos nas nossas paredes.




Vai ser uma correria. Que começa já hoje. Há open day na Lx Factory. É mais que certo que vamos precisar do triciclo do M.. PIM!

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